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2011-03-30

 

A crise mundial e a transferência de riqueza

O Senhor Raymond McDaniel, em 2010, recebeu 10 milhões de dólares em salários e prémios de desempenho.
Mas quem é McDaniel? É um Senhor que foi "alvo de críticas de agentes económicos e líderes governamentais, acusado pelo Congresso norte-americano de ter tido forte responsabilidade na primeira crise financeira do novo século (. É o presidente da Moody's, relativamente ao qual o relatório da comissão do Congresso dos EUA diz que:
"Concluímos que as falhas das agências de notação foram engrenagens fundamentais na máquina de destruição financeira. As três agências (Moody"s, Standard & Poors e Fitch) foram ferramentas-chave do caos financeiro. Os produtos relacionados com hipotecas [subprime] não se teriam comercializado e vendido sem o seu selo de aprovação. Os investidores confiaram nele, muitas vezes cegamente..."
Aquela respeitadíssima agência de rathing que pouco tempo antes do Lehmon Brothers falir lhe dava notação máxima: AAA, é a mesma que agora vai com igual profissionalismo baixando e rebaixando a notação de Portugal e outros países em dificuldades.
Como se explica isso? É que as principais agências de rathing são meros instrumento daqueles grandes bancos que lançaram (e lançam) o mundo na maior crise mundial desde 1929. São os "Lehman Brothers"  que pagam a estas agências como não se paga a príncipes e eles "fazem o seu trabalho".
E baixam a cotação de Portugal ? O negócio é o mesmo. Roubar ardilosamente, vendendo gato por lebre, produtos tóxicos, ou causticar quem no momento menos lhes pode resistir subindo os juros até ao céu. É roubo, puro e simples, mas... regozijemo-nos, é um roubo  sofisticado, "científico" e, alto lá, legal! São os Mercados pá!! A crise financeira e económica está a ser aproveitada para uma astronómica e brutal transferência de riqueza das classes médias e classes trabalhadoras para os novos príncipes da finança através, mas não só, das reduções de salários, das reformas, das prestações sociais.
Mas não foi só o presidente da Moody's a ser recompensado:

"Segundo as contas ontem avançadas pelo jornal El País, o aumento global para os executivos da Moody"s foi de 60 por cento, o que os leva para um volume salarial total que é o dobro do verificado em 2005. Isto apesar de a agência, nesse período, ter visto os resultados operacionais da companhia caírem 17 por cento e o lucro líquido quase 10 por cento."

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A Crise política (2)

1. Quando os dois partidos da extrema esquerda se associaram aos dois da direita para derrubar o Governo chumbando o PEC-IV sabiam muito bem ao que iam. Mas a ambição do poder cantou mais forte. Ambas as alas do parlamento nutrem a gloriosa esperança de que os eleitores os elevem à governação. Estou absolutamente certo de que o PCP e o BE não foram deitar abaixo um governo que consideravam mau para o trocar por um que sabem ser pior. Estou absolutamente certo de que o PCP e o BE isoladamente ou em coligação nutrem legítima e fundamentada esperança de obterem maioria nas próximas eleições e formar Governo. 

2. Já o PSD de Pedro Passos Coelho, se pusermos de lado os interesses do país, como é compreensível e até natural e ainda tendo em conta os recados de Cavaco Silva com aquele discurso de grande nobreza no dia em que ganhou as eleições e o outro, de notável estadista, como PR de todos os portugueses e não apenas dos da direita, já PPC - dizia eu -  se pusermos de lado os interesses do país, fez o que tinha a fazer, aproveitar o momento, jogar tudo por tudo para subir a escadaria de S. Bento. 
Pode-se acusar o homem de inexperiência e coisas assim por ter ido a correr a Bruxelas explicar aos da sua família política, à Senhora Merkel, ao Senhor Sarcozi e ao Senhor Durão Barroso que as desculpas que deu no parlamento para votar contra o PEC - "que castigava as famílias, etc" - era só a fingir porque defacto votou contra porque queria mais e não menos sacrifícios. E atenção! disse isto em Inglês o que, goste-se ou não, foi muito bem pensado. Pode-se acusá-lo mas que podia ele fazer? Estava-se-lhe a esgotar o tempo para se manter na liderança do partido e portanto era agora ou nunca. Ainda por cima com o semáforo de Belém a piscar a piscar verde... O país, o país... ora o país, e os outros? Não fazem o mesmo? Que se amanhem.

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A Crise política

"Os juros da dívida a cinco anos já superam os 9% ... bateram mesmo... os 9,125%.
Na ressaca de um novo corte de rating por parte da Standard & Poor`s - o segundo em cinco dias - os mercados não estão em maré de tréguas. O descrédito em relação a Portugal é cada vez maior."
O chumbo do PEC e a consequente queda do Governo acordada entre os 2 partidos da extrema esquerda e os 2 partidos da extrema direita parlamentar com a benção (ou instigação?) do Presidente da República começa a dar os seus frutos. Começa...  que a procissão ainda vai no adro.

 

As trapalhadas da justiça portuguesa

A justiça portuguesa quase nunca aparece nos jornais por boas razões. Aliás, não me recordo disso.

Logo no início, ainda sem grande informação comentou-se aqui o pagamento de 72 mil euros à mulher do Ministro da Justiça por acumulação de funções.

A situação tem vindo a ser tema quase diário da nossa comunicação e o processo de inquérito revelou uma grande trapalhada em que, à primeira leitura se nota, no mínimo, uma precipitação do ex-secretário João Correia ao decidir pagar esse montante antes da decisão em tribunal.

Não estou a por em causa ninguém. As notícias apenas mostram que tudo foi feito sobre o joelho, o que também é da praxe.

O Ministro anulou esses despachos e os 72 mil euros vão ser devolvidos ao Estado.

2011-03-27

 

Crise na Islândia. Notícia a ler

Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão


2011-03-26

 

Dr. Miguel Cadilhe e a crise

Ontem, na Guarda, da boca do Dr. Miguel Cadilhe, ouviram-se duas coisas interessantes:

Os políticos têm de se entender sobre a crise económica financeira, a que juntou uma outra, aumento de IVA nunca. Sem querer, entalou o seu colega e Presidente de Partido, como já lhe chamam, o Sr dos Passos (certamente porque nos aproximamos da Páscoa) que veio falar do aumento para 24 ou 25% para não cortar nas pensões (o corte nas pensões são outro PEC posterior, fica agora em banco Maria).

Mas a melhor foi uma correcção de linguagem e ainda bem que Cadilhe o disse, pois corrigiu um vocábulo incorrectamente usado na nossa comunicação (caso venha a acontecer e espera que não) não está em causa um pedido de ajuda externa à economia portuguesa mas um resgate.

Parecendo que é apenas uma questão de semântica de facto não o é.

Ninguém vai pedir "uma ajuda" para ficar ainda mais asfixiado e, é o que acontecerá ao País ,caso entre cá o FEEF/FMI.

E a propósito, alguém me sabe explicar este casamento FEEF/FMI em que quem impõe as regras é o FMI?

Então a UE não tem capacidade para de per si poder apoiar os seus membros em dificuldades financeiras?!

Francamente é muito estranho e não atinjo este enlace monstruoso, sem o mínimo de princípios de igualdade. É uma criatura que só mesmo a (de) União Europeia poderia procriar.

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Estou que não posso. Ai vou, vou... vou meter a mão no pote

Com um sol tão bonito fui ao parque. Passeava descuidado da crise, saboreava a Primavera, esquecia o Passos, o Jerónimo, o PEC e o Portas quando, mesmo à minha frente, com mesinhas cá fora, chapéus de sol e a promessa de um café, uma esplanada no jardim. Iniciava o ritual de beber soletradamente, gole a gole, a fumegante bebida da manhã quando alguém me disse  olha é o Portas! E era. Mas o outro. O irmão. O Miguel.

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2011-03-25

 

A Crise (3)

O secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, afirmou ontem que Portugal enfrentará uma “forte turbulência” nas próximas semanas e até à realização de eleições.
“É uma tragédia o que está a acontecer porque Portugal estava a fazer o que tinha de ser feito”, afirmou Gurria em Washington citado pela agência de informação financeira Bloomberg.
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No próximo dia 15 de Abril, Portugal terá de pagar uma dívida de longo prazo de mais de quatro mil milhões de euros que vence nessa altura - diz o Jornal de Negócios que cita “The Wall Street Journal”, o qual lembra que “ao todo, Portugal precisa de cerca de 20 mil milhões de euros este ano para pagar a dívida nos prazos de maturidade..." - A crise política, com a queda do Governo, eleições lá para fim de maio princípio de junho e um Governo operacional lá para Outubro (depois de conhecer os cantos à casa e os dossiês), vem mesmo a jeito para os predadores financeiros nos caírem em cima como abutres.
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"A agência de notação financeira Standard & Poor’s baixou a notação da dívida portuguesa em dois níveis, para ‘BBB’.
A descida do ‘rating' português é justificada pela incerteza política provocada pela demissão do primeiro-ministro José Sócrates.
...Pelas mesmas razões políticas, a Fitch também baixou ontem em dois níveis o ‘rating' de Portugal e deixou de assumir que o País vai continuar a ter acesso aos mercados.

 

A Crise (2)

Cada um dos 4 partidos da oposição ao Governo apresentou na Assembleia da República um projecto de Resolução com duas partes, uma que rejeitava o PEC IV e outra em que se apresentavam propostas alternativas à matéria do PEC. Excepto o PSD que apresentou um projecto só com a primeira parte, a rejeição daquele.
Achei muito bem concebida a forma como cada partido da oposição apresentou os seus projectos de Resolução: uma parte para rejeitar o Governo e outra para mostrar uma alternativa (ou não mostrar nenhuma no caso do PSD). A votação decorreu como era de esperar: todos os 4 partidos da oposição (ou 5, se se considerar os Verdes um partido) se puseram de acordo em derrubar o Governo e simultaneamente todos de se manifestaram de acordo em não concordar com nenhum dos outros na política alternativa.
Estou convencido que havia da parte dos partidos da oposição um propósito didático. Revelar que, apesar de andarem para aí a dizer que o país atravessa a maior crise desde 74, não estão para ceder nem um milímetro no que lhes parece serem as suas conveniências partidárias.

 

A Crise

O PCP e o BE juntaram-se ao PSD e ao CDS para derrubar o Governo do PS. Está-me cá a parecer que nesta procissão alguns vão enganados.

2011-03-24

 

Sim, já há certezas ... depois da demissão

Se Passos Coelho vier a ser governo, o país já tem uma garantia: o IVA aumenta de certeza, ainda não se sabe é quanto.

Se Passos Coelho vier a ser governo, a saúde vai ficar menos saudável, não é que a actual estivesse a funcionar bem. Mas garantido fica que com Passos Coelho quem tem dinheiro pode ter saúde aqui ou lá fora. Se não se tem dinheiro, também fica garantida uma coisa, não terá saúde.

Para a educação virá algo de parecido.

Mas o melhor será a coligação Pedro Passos Coelho/Portas, porque a situação ainda avançará de forma mais rápida.

Mas haverá alguma alternativa?

Sim. Haveria, mas não creio.

Este meu horizonte de negrura parte do seguinte. Não vamos ter umas eleições sérias de debate de identificação das raízes dos problemas económicos quer em temos de estratégia quer de reorganização da Administração Pública.

Em termos de pretensa estratégia oiço coisas como estas. Há que explorar o mar. Ainda não percebi como, qual o timing, quais os projectos. Até Jerónimo de Sousa já nos fala do mar.

Só falta pôr o Ronaldo e o Mourinho nesta onda, pelo menos devem saber nadar, só que a Banca que lhes paga ainda não viu interesse em entrar na onda. Cavaco Silva já. É tão vaga esta onda que dá até ao fim do mandato.


2011-03-23

 

José Sócrates demitiu-se..

Os partidos da direita e da esquerda uniram-se para derrubar o governo de José Sócrates.

Que o PEC fosse chumbar era esperado.

O que "me arrepiou" um tanto foi a unanimidade de votação. Todos a votar em todos, ou seja, cada uma das cinco propostas de chumbo (PEV, PCP, Bloco, CDS e PSD) a receber os votos de todos. os outros Sinto nesta postura qualquer coisa contra natura.

Não está em causa o voto contra o PEC, mas "a agremiação" dos votos.

Vai começar uma campanha eleitoral dura, a ver se os resultados trazem clarificação.

À partida os cenários apresentam-se um pouco negros. E se o PS e o PSD tiverem resultados muito próximos? E se o PSD e CDS em conjunto não tiverem maioria e o PS obtiver uma boa votação ?

Qualquer um destes cenários representariam uma grande derrota para a direita e para Cavaco Silva.

Noutro plano e se a direita obtiver um resultado esmagador com perdas significativas para o Bloco e PCP?

Vamos esperar até lá mais para Junho com alguma calma, mas a sensação que reina é que a situação não vai mudar muito.

Mas o clima de grande instabilidade existente, esse nada ajudava a situação económica.



 

A votação do PEC IV, hoje

Segundo a comunicação social de hoje, as expectativas vão no sentido da oposição votar contra o PEC em discussão e José Sócrates, que tem agendada reunião com Cavaco Silva para as 19h, apresentar a sua demissão de Primeiro Ministro. É um cenário bastante provável.

Durante o dia vamos assistir a treinos de maquillage nos partidos da oposição, para se apresentarem de forma a ficarem o menos mal na foto final. Esta corrida está a ser preparadíssima pelo PSD que escolheu para ponta de lança a Drª Ferreira Leite. Se desempenhar tão bem o lugar como o irmão nas corrida sàs eleições do Sporting, entra o o PSD pelas canas dentro. Mas cada qual corre com o que tem.

Cavaco também ontem já entrou nos retoques finais. Também quer sair-se bem deste imbróglio, que em grande parte criou com o discurso de tomada de posse.

E José Sócrates e o governo não ficam atrás. Até ao final foram só apelos, alguns a soarem a muito falso.

Os preparativos estão em grande, vamos ver onde tudo isto conduz. Será a eleições?

Pelo menos que os resultados sejam clarificadores.

Mais uma vez, a AR não agiu a tempo. Só ameaçou com uma lei que poderia agilizar o processo eleitoral mas não completou a obra.

Enfim, mais um retrato do país e da inoperância das instituições que temos.

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2011-03-22

 

Debate do PEC IV amanhã?

Está agendado. E o que se espera?

Uma clarificação. Este país não pode, nem deve, por mais tempo andar no jogo do gato e do rato.

É o que tem acontecido nos últimos tempos.

O PR manda umas bocas fortes, tipo toca e foge de ressabiado. Coitado puseram-lhe em causa as acções do BPN e pior a sua casinha do Algarve.

O PM faz umas curvas desnecessárias para não dar cavaco a ninguém. Tornou-se muito europeu, e só dialoga e negoceia com os top da Europa.

Os partidos, todos a falar grosso, mas a ver se encontram uma (fuga) de voto contra no PEC IV, mas sem se queimaram, ou seja, sem ficarem indexados à queda do governo.

Na confusão em que o país se encontra é positivo que José Sócrates se demita. Vamos para eleições e o povo que diga de sua justiça o que quer. Assim não dá mais. Não há governo. Não há medidas credíveis, nem executáveis. Não se vai a lado nenhum.

Portanto resta-nos ir a eleições para clarificar.

São três ou quatro meses de interregno. O país não se afunda mais, pois já se afundou.

Vai a bancarrota? Já está.

Há que pensar em denunciar a dívida, junto da UE, pois a UE pouco nos tem ajudado.

2011-03-21

 

Não à intervenção armada na Líbia

Os “fins humanitários” ou a “defesa da democracia” não cobrem, de forma alguma, os ataques bárbaros da coligação, onde se destaca a França pela barbaridade, que actua contra a Líbia, sob a resolução da ONU, matando civis e atacando edifícios que nada têm a ver com "a guerra civil" na Líbia.

Porque então só a Líbia?!!! Que lógica...

Não defendo Kadhafi, como não defendia Sadham, mas dificilmente aceito estas filosofias ambíguas que por um motivo, dito nobre, o que pretendem são o domínio das riquezas do país neste caso o petróleo.

Kadhafi que sabe estar na mira, aliás vários políticos americanos e franceses caindo em contradição já o admitiram deve certamente ter-se refugiado em lugar mais ou menos seguro e daí comandar a defesa de posições.

Não é com esta barbaridade que se procura a democracia e menos ainda a defesa de vidas humanas.

Por outro lado assinale-se o "nim" da Rússia e China nesse processo. Não deixa de ter significado.

2011-03-19

 

Japão: Parque construido em terreno roubado ao mar.

AGU Blogosphere The Landslide Blog Liquefaction from the Sendai earthquake - a remarkable video

2011-03-18

 

Irá o PSD apresentar à AR uma resolução contra o PEC IV?

O País está suspenso do PSD se definir sobre o PEC IV. Até à data, muita conversa grossa de Passos Coelho, mas de concreto nada.

O PS já definiu a sua posição: não apresenta o PEC IV a votação no Parlamento, o que equivaleria a uma moção de confiança.

O CDS, Bloco e PC levam ao Parlamento cada um a sua resolução propondo o Chumbo do PEC IV.

Tudo muito claro da parte dos partidos, excepto do PSD. Os dados estão jogados, mas suspenso o resultado final porque a posição do PSD continua em envelope lacrado e as dúvidas muitas porque há grandes hesitações.

Será que ainda vamos ainda assistir a uma abstenção PSD?

Uma votação na resolução do CDS, com abstenção do Bloco ou do PC basta para o chumbo do PEC.

Mas não deixa de ser uma cobardia se for essa a actuação do PSD de não assumir uma iniciativa própria.

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2011-03-17

 

As margens da crise política

Apesar da margem estreita existente para que na próxima semana não seja consumada a crise, pois os políticos decisores do PSD e do PS têm vindo a extremar posições, há a sensação, porém, que muito político sobretudo da área do PSD tenta ainda, mesmo falando grosso, vislumbrar uma forma de saída para esta situação.

O PSD teme duas coisas: os resultados eleitorais e se pouco ou nada muda? e depois caso ganhe como gerir crise?

Estas duas questões amedrontam o PSD.

Para o PS mesmo evocando o interesse nacional para a evitar, fica a sensação que se a crise avançar é um alívio.

O PR, esse é o Pôncio Pilatos, cá do sítio. Para além do discurso, palavras, está a tentar que tudo lhe passe ao lado.

Para o país, é má a continuação desta indefinição política.

Há que clarificar e rapidamente esta situação. O ambiente político está insuportável. Nada disto favorece o recurso ao crédito e a economia continua a não ter condições para funcionar.

Se os políticos encontrarem uma saída para adiar a crise e há hipóteses até à discussão do orçamento, é mais um curto período de instabilidade que o país vai viver com todas as consequências económicas e financeiras nefastas.

Existe de facto o risco de não cumprimento dos compromissos acordados, até porque os encargos da dívida são cada vez mais pesados.





2011-03-16

 

A entrevista de José Sócrates

Em linguagem muito chã, Sócrates encostou ontem à parede os seus adversários, incluindo neste rol, o presidente Cavaco Silva. Ou passa o PEC IV e vou para Bruxelas com todas as ferramentas ou então não vale a pena e demito-me.

Sócrates foi eficiente neste jogo. Passou a bola para o campo dos adversários e agora marquem os golos.

Não estou aqui a discutir a Justiça das medidas do PEC anunciado, esse é outro problema.

Com esta clarificação de posições de Sócrates, tanto à esquerda como à direita aumentam as hesitações sobre o que fazer, face sobretudo à incerteza dos resultados eleitorais e à falta de modelo funcional para enfrentar a crise.

Quase aposto, a crise será adiada mais uns meses, com muito palavreado oco, mas de facto sem alternativas credíveis e mais justas na repartição dos custos dessa mesma crise.

A organização politico social existente não responde à via real, não tem respostas consequentes mobilizadoras que levem a uma mudança equilibrada do panorama económico e social em que se vive.

Na nossa sociedade tomar decisões é sempre uma complicação. Nada se assume. Muita conversa oca, pouca acção e a economia do País cada vez mais a aproximar-se do abismo.



2011-03-15

 

NEVE NA MADEIRA



Foto_ Teresa Gonçalves/DN Madeira


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Excelente Justiça!!!

Li na imprensa escrita que o Ministério da Justiça pagou à mulher do Ministro da Justiça Alberto Martins, a módica quantia de 72 mil euros.

Porque razão a procuradora Maria Correia Fernandes, mulher do Ministro, recebeu esta subvenção?

Por ter acumulado serviço em dois serviços do Ministério Público.

Que se faça justiça à senhora, já que estamos no Ministério da dita. Mas a acreditar na imprensa parece que a dita justiça consistirá em a dita verba retornar aos cofres do Ministério.

Mas interessa uma visão comparativa.

Já pensaram no vencimento de um director geral (3º grau na hierarquia): no topo o Ministro, a seguir o Secretário de Estado e depois o DG.

Por ano agora um Director Geral com despesas de representação (770€/mês) aufere 63 mil euros (14 meses)

mais comentários para quê?

Apenas mais uma observação. de certeza que a senhora Procuradora trabalhava 15 horas/dia para merecer tanta verba.

 

Em que direcção segue esta pré-crise política?

Há várias nebulosidades. Mas o enquadramento é diferente do que antecedia a discussão e aprovação do orçamento para 2011.

Há aqui um árbitro o PR que pode accionar a bomba atómica, a dissolução da Assembleia, o que não podia a quando do orçamento.

A grande incerteza que leva estes actores "a Jogar" não nos interesses do País (clarificação de situação) , mas nos seus interesses específicos, é os resultados eleitorais.


Alguém no cenário de eleições antecipadas ficará bem posicionado? Se por hipótese o povo devolvesse o poder ao PS, ou mesmo que o PSD vencesse por uma margem pequena, quão frágil ficaria Cavaco?

Esta é a grande questão que faz arrepiar caminho aos muitos desejosos de um novo poder.

Só esta razão e não outra está a travar a marcha para as eleições.

Esta situação acaba por ser um trunfo para o governo e faz com que Cavaco seja bastante incoerente. Por um lado um discurso do bota abaixo e por outro não assume uma posição frontal.

Que triste país é este!!!

2011-03-14

 

Vem aí o PEC V ?

Ainda nem o PEC IV está em vigor, apesar da vontade algo "precipitada" deste governo em apresentar trabalho em Bruxelas, já Bruxelas reage com novas medidas de austeridade implícitas.

Não é invenção minha.

Os resultados da reunião de 6ª feira em que José Sócrates apresentou os contornos do PEC IV indiciam de forma nítida que o novo pacote não basta.

Da reunião saiu que o fundo europeu de apoio pode vir, em breve, a comprar dívida soberana no mercado primário.

Esta eventualidade nunca será gratuita, como aliás bem explicou há dias atrás Durão Barroso ao falar sobre este assunto, pois tem custos implícitos, o que corresponde a medidas de austeridade.

Funciona quase como linha de crédito exigindo o cumprimento de regras muito exigentes.

A ideia do PEC IV de antecipar as novas medidas não surtiu o efeito devido e tudo indicia que a sua reanálise em próxima reunião terá que ter outras aliciantes para atrair para a causa a Srª Merkel e o Sr. Sakosy.

Face a esta situação complexa de crise nacional, não será mesmo de devolver ao País a resposta dos caminhos a prosseguir e a escolha dos actores?

2011-03-12

 

Novo PEC ou crise política?

Esta forma "destemperada, desesperada ou pouco simpática de relacionamento entre órgãos de soberania" como José Sócrates elaborou e apresentou o novo PEC, para tentar colher mais uns "elogios" de Bruxelas, como se os elogios resolvessem os problemas, dá muito que pensar e é de grande risco político. Consciente, provocador?!

Para quem está contra o governo e a sua forma de actuar, as manifestações de hoje porque muito significativas , sobretudo a de Lisboa, vieram trazer umas boas achegas.

A sensação é que o descrédito do governo sobe em exponencial e este PEC dificilmente vai passar no Parlamento.

O que se vai seguir?!...

Como escreve Nicolau Santos, face ao discurso do Presidente, a coerência com o mesmo acarretaria que Cavaco Silva convocasse eleições já ou em alternativa o governo apresente a sua demissão alegando não ter condições de governar.

Será que não se está perante o jogo do "gato e do rato"!!!!

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ex- candidato José Manuel Coelho numa deriva

Segundo o Expresso, José Manuel Coelho aderiu a "uma nova barriga de aluguer": o PT.

O PT é uma designação muito simpática no Brasil, com uma excelente governação em benefício do povo brasileiro. É o partido de Lula da Silva e de Dilma.

Em Portugal, esta mesma sigla apenas significa um partido de direita como o PND, a que Coelho esteve ligado, ou seja, segundo ele a sua primeira barriga de aluguer. O PT português apoiou com todo o frenesim Cavaco Silva à Presidência. Como resolve José Manuel Coelho esta contradição?

Convencimento a mais pelos resultados eleitorais, influências negativas de alguns mentores e falta de discernimento a menos do candidato levam-no a misturar o acessório com o fundamental e a mandar para a sarjeta um lote de votos que bem trabalhados poderiam criar algumas dores de barriga no sistema vigente a nível regional.

Mas a política infelizmente é muitas vezes isto. O ego é difícil de gerir, sobretudo quando mal aconselhado, mesmo por vezes com consequências pessoais ou familiares graves e pior sem impactos positivos aceitáveis ou melhor com efeitos muito negativos.

Assim se deita no lixo um património político.

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2011-03-09

 

A PIDE e a tortura

Não sei se viram a participação do Eng Fernando Vicente no programa da SIC Histórias com gente dentro, na 3ª feira, da semana passada. Ele relata as torturas a que foi submetido pela PIDE quando o prendeu, em 1972. É um depoimento imperdível.
Está aqui ou aqui à vossa disposição.
 

Tomou Posse

Não ouvi todo o discurso mas chegou para perceber que falou o Presidente de todos os Portugueses... do PSD ao CDS.
O Presidente reduziu-se ao papel de economista. Mas Economista... de trazer por casa. Esqueceu-se que estávamos na UE e no Euro. Esqueceu-se, na análise das dificuldades nacionais, tal como o PSD e o CDS, que além de culpas internas também houve um crise mundial e continua bem presente na UE. Estaria a falar para a reunião do Euro na próxima 6ª f em Bruxelas?
O Presidente de todos os Portugueses... da direita apelou demagogicamente  à juventude para intervir. Estaria a mobilizar para a manif dos "precários" e dos "Homens da luta" para o dia 12?
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Vou ler o discurso com calma para ver se tenho de emendar alguma coisa. Mas pela amostra não creio. Entretanto mudei a imagem.

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"Boliqueime guarda muitas memórias da infância de Cavaco Silva"

... Adquirido. Não contesto este rodapé que apareceu e li enquanto almoçava num dos meus restaurantes habituais.

Boliqueime pode ser. Como pode ser em qualquer outro sítio onde uma personalidade se destaque socialmente.

Mas guarda? A sério?

Se não guarda inventa-se. A vizinha cria uma memória. O merceeiro outra. O padeiro também.

Enfim... toda a gente cria lá no sítio. Interessa. As pessoas convencem-se que chama.

Mas será assim com Cavaco Silva ou com outra pessoa.

Basta interesse real ou virtual nisso.

Hoje há interesse em preencher espaço televisivo. Cavaco toma posse como PR e as nossas televisões tão criativas vão buscar coisas destas: memórias de infância?! Será que fazia chichi na cama? Essa era boa!! Mas quantos(as)?

Melhor, bem podiam dedicar-se a antever o que vai Cavaco fazer. Mas nada memórias de infância!!

Francamente, espero muito pouco de Cavaco Silva nesta sua segunda Presidência. Mais uma à direita ,sintonizada com os interesses do seu bloco de apoio político. PSD e CDS.

Mas para ser mais franco nem isso espero. Penso que vai acontecer uma tentativa de dentro da direita pôr no comando do País a sua facção.

Se o vai conseguir é outra coisa. Que vai tentar não me restam as mínimas dúvidas.

Mas "as coisas" estão em mudança, anárquica ou não vemos isso?

Apenas as instituições ainda não o perceberam e continuam centradas sobre o seu umbigo.

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2011-03-06

 

Não vi ontem o festival da canção

... Mas parece ter sucedido o inesperado e uma grande atrapalhação.
A classe política tem de estar atenta a estes fenómenos que se estão a avolumar. "Os Coelhos" não aparecem por acaso embora pareça e apesar de estar a deitar fora o "capital" obtido. Os resultados da votação do festival também não me parece um acaso.
E as manif´s que se avizinham também não.
Embora sem qualquer coordenação é evidente que todos estes fenómenos tem de comum: o descontentamento social.
O povo, os jovens, não entendem o que está a acontecer neste País, o empobrecimento e, sentem revolta. Sentem que muita, muita coisa está mal e quem sofre as consequências são os mesmos.
Sentem que os partidos, os sindicatos e outras muitas associações dizem mais do mesmo. Olham para eles como organizações que só defendem interesses de grupo.
Mas sobretudo a juventude anda indignada, embora muitos admitam que não têm experiência de contestação e quem a tem, as jotas, são carreiristas, não as querem nestas movimentações.
Ouvi isto de vários jovens.
Dá que pensar.
Os partidos, os sindicatos ou se renovam interiorizando estas questões de revolta ou entram em declínio.
Estamos a perceber que haja gente a falar de novos paridos e começa a ver-se espaço.

2011-03-05

 

Monteiro Diniz de saída

É a grande manchete do"Diário de Notícias"da Madeira de ontem, o principal jornal da Região.
Como tudo é relativo?! 99,99999% dos portugueses não sabem de certeza quem é Monteiro Diniz e não sei quantos madeirenses o sabem, mas de certeza poucos também, apesar de ter ocupado o cargo público de Ministro da República primeiro e de Representante da República depois, durante 13 anos.
Discordo da manchete: o referido cargo há muito nada me diz e então com a mudança envergonhada de designação e funções deixou mesmo de fazer sentido e porque nunca foram claras as relações Representante-Governo Regional.
Pessoalmente, tenho a sensação de que as funções de Ministro e de Representante desenvolvidas por Monteiro Diniz foram desempenhadas para satisfazer os interesses do GR.
Por outro lado, esta manchete também não se adequa vir de um jornal que defendeu há uns anos uma campanha "é meu, é teu, é nosso" visando o palácio de São Lourenço, residência oficial de Monteiro Diniz.
Como tudo é relativo, menor e muito temporal!!!

2011-03-04

 

Boa noite a todos

Dei uma volta por aí, já meio cá meio lá, do outro lado da noite e do sono, e dei comigo a ler o JMCP no Politeia. Lia e aprovava: ora aqui está uma análise, naquela linha virtuosa que tem o mérito de poder ajudar a concitar esforços no sentido que interessa à esquerda e à grande maioria dos portugas. Explica a realidade, coisa mui difícil de descortinar a quem se atenha aos media  controlados pelos Grandes Senhores e pela ignorância, que são quase todos, e não cai na retórica infecunda de se contentar com aquele estilo de crítica de quem arranca os cabelos e rasga as vestes.
Pensei deixar estas sábias considerações lá na caixa dos comentários mas, já sem alento (por influência de Morfeu) para o post que me prometera a mim mesmo escrever para o PUXA resolvi deixá-las antes aqui, fazendo com elas o post não escrito. Amen.
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Não me digas que me enganei no boneco. Mas fica na mesma. Afinal ela tem a sua graça.

2011-03-02

 

Palabras para Julia - Paco Ibañez.


2011-03-01

 

Joan Manuel Serrat - Mediterráneo


 

Aguaviva - Poetas andaluces (1975)


 

Carlos Puebla - Hasta siempre


 

Menina dos Olhos Tristes


 

José Sócrates e Merkel

O encontro previsto para amanhã poderá ser um dia positivo para a política portuguesa.

Poderá ser...

Para isso, exige-se firmeza da parte de José Sócrates, ou seja, demonstração de que as medidas tomadas vão levar aos objectivos programados e não uma posição de cedência em alinhar em mais medidas restritivas para a sociedade portuguesa.

Da parte de Merkel, aguarda-se que a sua visão da Europa esteja a evoluir um pouco, ou seja, de olhar para a Europa no seu todo e pensar em medidas que beneficiem os países e não apenas a Alemanha.

A minha questão, de fundo, é se haverá argumentos convincentes da parte de Portugal que demonstrem que por si consegue atingir os objectivos programados. Argumentos são exemplos de que se está a ir no bom caminho.

2011 é o ano da prova. Mas há quem argumente que ou se cumpre o programado na despesa ou então ficará demonstrada a incapacidade do País, na gestão das contas públicas, porque 2009 e 2010 não funcionam como boas práticas.

O mês de Janeiro ainda nada demonstrou, apesar dos bons resultados, mas deixa índicios complexos. Parece não haver arrependimento do pecado original da despesa pública. E por aí não se caminhará longe.


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